CARTA À DIOCESE DE VALENÇA:
A DOM ELIAS,
AOS PRESBÍTEROS,
AOS RELIGIOSOS E RELIGIOSAS,
A TODOS OS FIÉIS,
ÀS AUTORIDADES CONSTITUÍDAS DOS
9 MUNICÍPIOS QUE COMPÕEM A DIOCESE,
Paz e bênçãos no Senhor!
Foi
com alegria e temor que recebi através de S. Exª Revª Dom Giovanni
d’Aniello, Núncio Apostólico, a nomeação de Bispo da Diocese de Valença,
no Estado do Rio de Janeiro. Alegria - porque é uma missão confiada por
Deus, através de Sua Santidade, o Papa Francisco e, portanto, um pedido
da Santa Mãe Igreja. O temor - esse se justifica, porque essa função
ultrapassa todos os limites do meu ser, pequeno e frágil, e os desafios
da Messe do Senhor são sempre muito grandes. Ser Bispo não é uma honra,
mas um serviço e, por isso, respondi SIM ao chamado para assumir o
pastoreio dessa Diocese, que mesmo sem conhecê-la em profundidade, já
posso dizer que a amo intensamente. Aqui no Rio, Muitos amigos que
conhecem a Diocese de Valença e vivem nessa região, falam coisas muito
bonitas, o que aumenta ainda mais as minhas expectativas.
Desejo caminhar junto com todos os que
aí já trabalham; e sempre em comunhão com a Igreja, com o Santo Padre, o
Papa Francisco, com os Bispos do Leste I, com o Clero, com os agentes
de pastoral e movimentos, com as equipes de trabalho, ministérios,
associações religiosas, com todo o povo e autoridades desses 09
municípios que compõem essa Diocese. Quero, com paciência e caridade,
conhecer, ouvir, refletir, esperar e acolher sempre. Que o Bom Deus nos
ajude e nos oriente.
Com reverência, desejo saudar o
Excelentíssimo Senhor Bispo, agora emérito, Dom Elias James Manning, por
quem sempre nutri um apreço todo especial pela sua seriedade e
profundidade Pastoral. Substituí-lo será um grande desafio que o farei,
contando com a sua oração, apoio e amizade. Reitero a disposição de
caminhar com essa igreja, assumindo sua história e seu caminhar quase
secular.
Quero, com muito carinho e respeito,
saudar paternalmente os Sacerdotes, os Diáconos, os Seminaristas, os
Religiosos, as Religiosas e todos os Consagrados presentes na Diocese.
Conto com a motivação de todos para que a nossa ação seja impregnada do
Espírito de Cristo e atinja mais eficazmente o seu fim, na caridade e na
paz.
Quero saudar os cristãos leigos e
leigas, que na diversidade de dons desempenham o seu trabalho no amor a
Deus e à Igreja; os irmãos e irmãs de outras Igrejas Cristãs e
confissões religiosas, as autoridades constituídas e todos os que nessa
Diocese desempenham ações e assumem encargos e serviços em prol da
população. Que possamos juntos e na mesma convicção trabalhar para que a
vida humana seja cada vez mais respeitada e promovida.
Que
todos juntos, alimentando-nos da Palavra e da Eucaristia, consigamos
realizar aquilo que o Espírito Santo nos inspirar e fazermos sempre a
vontade do Pai. A messe é grande. Os desafios são muitos, tais: A
família, a juventude, os pobres e marginalizados, os que sofrem
preconceitos e discriminação, os enfermos, os idosos, os que sofrem na
solidão, os pequeninos que o Pai tanto ama, esperam de nós,
particularmente do Bispo, uma palavra de fé e de esperança para que
possam vislumbrar uma saída e encontrar caminhos novos. Diante desses
desafios tenho consciência de que, sem comunhão e diálogo com os vários
organismos diocesanos e culturais pouco se poderá fazer.
Quero também
que o meu ministério nessa nova Diocese seja um “serviço à Esperança”
neste mundo de tantos desencantos, onde a utopia perdeu a sua força
inspiradora.
A
esperança é para a alma o mesmo que a chuva é para a terra. Sem
esperança nos tornamos criaturas tristes, de alma ressequida. Sei que os
desafios serão muitos. Mas aprendi com minha mãe, uma imigrante
nordestina que veio para o Rio de Janeiro em busca de nova terra, a não
temer desafios, pelo contrário, aprendi a ver neles oportunidades, um
estímulo para a caminhada, uma força onde se tempera o espírito e o
caráter. Por isso, conto com o trabalho de cada pastoral, movimento,
irmandade e ministérios diversos e, sobretudo, com a força dos jovens
nesses tempos de pós JMJ. Como Igreja missionária precisamos sempre
avançar para as águas mais profundas – sem medos – em busca de tantos
destinatários do Evangelho.
Pretendo
dar uma especial atenção à Pastoral Vocacional. Espero que com a
colaboração dos padres seja possível fazer crescer as vocações ao
sacerdócio e à vida religiosa nos próximos anos, pedindo a Deus que
mande bons operários para a sua messe. Não restringindo a pastoral
vocacional apenas padres e freiras, mas atenta a todas as necessidades
da Igreja, portanto, promovendo uma Pastoral Vocacional aberta a todas
as Inspirações de Deus, que reconheça carismas e incentive as pessoas
nos diversos serviços, para a construção de uma Igreja toda ministerial.
Uma nova experiência sempre gera
ansiedades. “Mas o Senhor disse-me: Basta a minha graça” (2 Cor 12,9).
Confesso-me a todos que sou frágil, por isso busco forças Naquele que me
chamou. A oração é o meu alimento, onde ofereço com confiança o meu
serviço, pois quero ser “servo pela caridade” (Gl 5,13). Peço a oração
de todos para que, através de mim e através de todos os meus
colaboradores diretos, seja feita a Vontade de Deus nessa Diocese.
Que São Sebastião interceda pelo nosso ministério. Confio-me
inteiramente a mim e a toda Diocese a nossa Senhora, Mãe e Modelo da
Igreja, para que consigamos corresponder às expectativas e sempre
exercer o Ministério Episcopal com alegria e solicitude, em conformidade
com tudo aquilo que fora semeado pelos meus ilustríssimos antecessores
que marcaram com êxitos a história desta quase centenária Diocese.
Abençoando a todos,
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